Nestes últimos tempos
muito se tem falado do agro-negócio em Cabo Verde, Em Santa Cruz, o Concelho azul
e verde do interior de Santiago, a aposta neste sector é fundamental para o
desenvolvimento sustentado que pretendemos, tirando partido do enorme potencial
de que dispomos no sector agrícola/pecuária.
Para mim, este sector é
estratégico para o País e fundamental para algumas regiões, particularmente num
momento em que aumentar a produção, feitos com qualidade e excelência constituem
o nosso principal objectivo, contudo convém realçar que é necessário uma co-relação
entre um conjunto de entidades, para que realmente isto funcione de forma eficaz,
produzindo resultados concretos.
O agro-negócio constitui um desafio para os Agricultores/produtores e uma oportunidade para aqueles que não sendo produtores agrícolas/pecuárias, conseguem em paralelo desenvolver actividades geradoras de rendimento, com grande proveito para eles e para o País, no entanto, temos que ultrapassar algumas questões essenciais: É necessário que o Agricultor deixe de ser um Camponês, para ser um Empresário agrícola, esta postura é importante para os tempos vindouros, temos que dotar no próprio Agricultor/produtor a necessidade deste ter um negócio que não sirva apenas para o seu sustento diário, mas sim, para criar riqueza, gerar emprego e diminuir a pobreza na sua comunidade.
É necessário que Agricultor/Empresário
agrícola adopte, uma cultura de produção baseada em técnicas modernas e acabar
com o mito que tal produto só é cultivável em determina época do Ano, temos que
promover acções de formação, junto dos nossos Agricultores/produtores e intercâmbios
com Agricultores de outros Países cujo clima se assemelha ao nosso, para troca
de experiências.
Apesar de não termos tudo que pretendemos, acho
que neste momento temos condições que nos permitem encarar o futuro com
optimismo neste sector, afinal fizemos um caminho, primeiro mobilizamos a água com
a construção de barragens e reservatórios e continuamos a mobilizar, com isto
aumentamos a produção, quem não se lembra da mandioca que dos 200 a 300 escudos
passou para 40 a 50 escudos, se isto é bom para quem compra, não é bom para
quem produz, pois o preço da água não baixou no produtor, o agricultor continua
a não tirar “proveito” da produção em grande quantidade, quero referir
particularmente a construção de barragens que fez com que muitos terrenos antes
não cultivadas por razões de salitre e falta de água, hoje são terrenos férteis,
onde se pode cultivar qualquer produto com uma abundancia fora do comum,
passamos a ter produção em grande quantidade, baixando o preço no produtor,
perante este cenário, temos que promover a criação de cadeias de distribuição
alimentar, alicerçada em parcerias público/privadas, que permita ao agricultor
não apenas produzir, mas também usufruir dos lucros da venda no consumidor final,
temos que pensar seriamente na questão da certificação dos produtos, na sua
transformação e exportação a nível interno.
Todo este circuito de produção e distribuição deverá ser suportado por um NOVO BANCO disposto a correr riscos, por uma ADEI, com forte presença no sector agrícola, com formações de empreendedorismos destinados a classe agrícola, por um ESTADO atento ao potencial de cada região continuando a criar infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento regional, pois com isso estamos a potenciar o desenvolvimento do País.
Todo este circuito de produção e distribuição deverá ser suportado por um NOVO BANCO disposto a correr riscos, por uma ADEI, com forte presença no sector agrícola, com formações de empreendedorismos destinados a classe agrícola, por um ESTADO atento ao potencial de cada região continuando a criar infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento regional, pois com isso estamos a potenciar o desenvolvimento do País.
Santacruzence
Mário Sanches